terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Os desafios do novo fotógrafo

A PIB chega à 18ª edição com o compromisso de aprofundar a convergência tecnológica e a atualização dos profissionais

Alcides Mafra
Jerry Ghionis
 

Por Bola Teixeira

A PhotoImageBrazil retorna ao Expo Center Norte trazendo novidades. A principal delas é o chamado Consumer Electronics Brazil Show, uma nova feira que traduz o caráter convergente das tecnologias e que se agrega à já tradicional feira, que completa em 2010 seus 18 anos. "A CEB Show representa a nova realidade que transforma o mundo numa aldeia, convergindo tecnologia e produtores nunca antes pensados!", exclama Duda Escobar, show manager da PIB, ao justificar o novo espaço, que, segundo ela, é complementar. "A tecnologia digital trouxe e agregou valor e novas empresas ao mercado de imagem. Todos os gadgets e equipamentos conversam entre si e isso é uma verdade irreversível. Apenas estamos concretizando e oficializando o que vem acontecendo há três anos: produtores de câmeras que produzem tevês e notebooks e imprimem médios e grandes formatos, este mundo que hoje interage, as tevês que servem para falar no Skype, o mundo que não é mais 2D e sim 3D e a realidade ampliada que chega de Guerra nas Estrelas direto em nossos celulares... Felizmente, temos plena interatividade e a eletrônica de consumo nunca esteve tão simbioticamente ligada à tecnologia da imagem", complementa Duda, que aproveitou para lançar uma pergunta: "Há dez anos, quem poderia imaginar encontrar a HP, a Panasonic, na PIB?"

Convergência tecnológica de um lado, atitude de outra. O Fórum PIB apresenta o australiano Jerry Ghionis, um dos mais influentes fotógrafos de casamento e retratos, entre os Top 10 da fotografia de casamento segundo a American Photo e um "Icon of Imaging", pela Microsoft. Em entrevista concedida para a reportagem da P por e-mail, Ghionis manifestou sua disposição de mexer com o brio de quem participar do fórum. "Vou partilhar algumas das minhas mais recentes imagens, que são influenciadas pelo cinema, música, moda e o mundo ao meu redor. Irá ajudá-los a desenvolver uma vida nova em sua fotografia e ajudar a definir seu próprio estilo. Vou ensinar a disparar como dois fotógrafos e não apenas capturar a magia natural do dia do casamento, mas criar a magia do seu próprio estilo", anuncia o fotógrafo, que buscará mostrar aos congressistas como transformar o ordinário em extraordinário e extrair de locações aparentemente normais cenas desafiadoras. "Após o seminário, ninguém irá se queixar de uma locação normal novamente", assegura o fotógrafo.

Além do ato de clicar, Ghionis abordará temas alheios aos fotógrafos modernos, ou seja, seu lado empresarial. "Eu vou revelar a minha mentalidade empresarial e estratégias de marketing que ajudarão seu negócio. Aprender a se comunicar de forma mais eficaz com os seus clientes, oferecer todas as oportunidades para maximizar suas vendas", adianta o fotógrafo, que estará no fórum dia 3 de agosto, das 9 às 16 horas.







Mais desafios - Além de bons lançamentos e visitação, Duda Escobar vislumbra bom ânimo durante os três dias de PIB. Com relação aos fotógrafos, varejistas e atacadistas, ela deixa um recado: "O mercado muda cada dia mais rápido. A tecnologia digital nos assusta com o inesperado e a obsolescência é tão rápida quanto o nascimento de novas tecnologias, técnicas, processos e soluções. A mesmice não faz parte da era digital, contabilizar lucros x criatividade já era, assim como achar que reclamar e criticar tudo e todos gera bons negócios... Acordem!"


Duda assegura que a fotografia não vai morrer. O importante é não se enraizar em conceitos e se apegar a rótulos. "O que precisamos é não apenas ver, mas enxergar as mudanças que a tecnologia nos traz e tirar proveito delas", aconselha. "Conheço umas ‘criaturas’, que encontro há 20 anos, e sempre estão re-cla-man-do, mas, e felizmente, encontro algumas de sorriso aberto e coragem para aceitar, se adaptar e se beneficiar com competência e criatividade das mudanças. A PhotoImageBrazil vai existir enquanto o mercado viver e existir, coexistindo com as mudanças maravilhosas que aceitamos e adotamos. Ela vai se atualizar enquanto o mercado existir e persistir", afirma.








Novos perfis – Com as mudanças que a tecnologia digital imprimiu ao mercado fotográfico, Duda acredita que o público-alvo são os fotógrafos, e observa: "Mas não são os mesmos". Ela explica: "Eles se transmutaram tanto quanto a tecnologia e o mercado. Buscam outras formas de clicar e expressar seu olhar. Sempre acredito nos fotógrafos e, principalmente, nos criativos e criadores. Nos que encontram um jeito único de fazer de um momento comum uma foto especial. Independe se são sociais, publicitários, de arte, não importa, todos sofreram mudanças. Algumas, radicais!"Não que os fotógrafos sejam o único público-alvo. Entretanto, Duda deixa registrado o desafio: "Você conhece um fotógrafo que não queira ou tenha um notebook, não saiba o que é Lightroom ou fusão de imagem, que não deseja uma plasma no estúdio ou não use nenhuma mídia social? Se sim, por favor, vamos atualizá-lo, trazê-lo para a PIB 2010, urgente! Este é o mundo de hoje, estamos nele. Portanto, se a feira é o espelho do mercado, está atualizada e atualizando-se!"





Jerry Ghionis

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